terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A verdadeira convergência



Não se faz um jornal sem grandes talentos,
mas é um engano dos maiores pensar que eles estão
somente na redação. Aqui no Correio, temos
uma equipe de colaboradores, sem a qual várias
reportagens teriam deixado de sair ou ao menos
seriam publicadas sem os detalhes que as aproximam
dos leitores, que as tornam mais humanas e
interessantes. Cito dois exemplos que, só pelo
tempo de casa, já teriam suas valorosas contribuições
reconhecidas. Há quase duas décadas,
Luiz Medeiros Neto, o Luizão, e Inácio Ferreira
Borges são motoristas-repórteres do Correio. Eles
conhecem cada canto da cidade, pautam repórteres,
dão dicas de perguntas, envolvem-se nas matérias
a tal ponto que já se tornaram essenciais
em muitas coberturas.
Num momento em que se fala tanto de convergência
de mídias, em que tevê, rádio, jornal e internet
caminham para uma natural simbiose, é preciso
reconhecer também como é relevante a associação
dos profissionais, nas mais variadas áreas de
atuação, com o objetivo de identificar a notícia e
fazê-la chegar ao leitor da forma mais rápida e
completa. Luizão, natural de Natal, já entrou em
boca-de-fumo, peitou entrevistados e bateu em retirada
quando o ofício exigiu, como qualquer repórter.
Ainda por cima, ataca de fotógrafo, registrando
os bastidores das reportagens que vão parar
num blog dos mais acessados por seus colegas. O
cearense Inácio, além do envolvimento nas matérias,
sempre seduziu os repórteres com outro dom:
o bom humor. Piadista, criador de personagens e
contador de casos, leva o riso de carona e ajuda a
tornar mais leve a nossa profissão.
Eles, assim como outros motoristas, são parte
integrante de nosso corpo de reportagem. E também
são motivo de orgulho, tal e qual os artistas
gráficos que acabam de ser agraciados com cinco
prêmios na 29ª edição do Society for News Design
Awards, a mais importante condecoração do mundo
na área de diagramação e arte. O principal foi a
medalha de prata para a capa do Caderno C que
trazia como título “Até que enfim”, com uma caricatura
do cantor e compositor Chico Buarque feita
pelo ilustrador Kleber Sales, que também teve
mais dois trabalhos selecionados, feitos em parceria
com Severino José da Paz e Itamar Balduíno.
Maurenilson da Silva Freire foi duas vezes contemplado,
em parceria com os diagramadores Roberto
Sousa e Varilandes Gonçalves Júnior. Mais do que
inovações tecnológicas, é o conteúdo produzido
por esses profissionais da equipe da Arte e da Diagramação,
liderados por João Bosco Adelino, que
ajudará a despertar a atenção do público, seja na
tela do computador ou nas páginas de jornais. A
todos eles, a nossa admiração.

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